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Get Out! - Corra (filme 2017)



Estrelas: 8/10

Adorei este filme!
Achei-o surpreendente, firme no enredo, verosímil na história.




Chris e Rose são um casal inter-racial que vão passar um fim-de-semana à casa dos pais dela. Pela primeira vez, Rose, de etnia branca, vai apresentar o namorado, de etnia negra, à família. Será que eles vão ter algum problema com isso?

Rose garante que não - pois o pai até votaria em Obama para a presidência por um terceiro mandato, se pudesse. E de facto, quando Chris chega à enorme mansão da família, é bem recebido. Ao mesmo tempo algo estranho se passa. Nenhuma conversa é mantida sem se fazerem referências à sua cor de pele. Num convívio social - pois coincide que nesse fim-de-semana é também a altura do ano em que a família reúne todos os amigos influentes em casa - Chris é até apalpado pelos seus músculos, como se fosse uma peça em leilão no tempo da venda de escravos.

Mas o que Chris mais estranha são os dois empregados da casa - ambos negros como ele, mas com um comportamento estranho, que oscila entre o doente mental e o normal. Naquela casa, os empregados vestem-se e falam como se vivessem nos anos 30...

Numa tour ao lar, o pai de Rose, cirurgião, faz questão de levar Chris até às fotos da família, onde aponta para o retrato do seu falecido pai, um ex-atleta de salto e corrida que participou nos Jogos Olímpicos de 1936, na então Alemanha nazi. O que aconteceu nesse ano que ficou na história? Jesse Owens, um atleta Americano de origem africana bateu todos os outros - inclusive os de raça ariana, (que a propaganda de Hitler dizia ser de raça superior) e conquistou o primeiro lugar num pódio.


Conforme dá para entender, as conversas giram em círculos mas parecem sempre ir ter a um tema em particular: raça - brancos e negros. 

De todos os membros da família que Chris foi conhecer, a mais «normal» parece ser a mãe, psiquiatra de profissão. Isto até o momento em que Chris é convidado a entrar no escritório dela... e esta usa um trauma de infância de Chris para o hipnotizar.

Se as coisas eram estranhas até aqui esperem só até os restantes convidados chegarem...


Não vou contar mais sobre a história mas quero reforçar o quando gostei do filme e que partes me surpreenderam mais. 

Uma delas foi o desfecho. Quando surge um veículo com luzes azuis e vermelhas a piscar pensei que ia ser um desfecho típico dentro daquelas circunstâncias: finalmente, chegava a polícia. E infelizmente para o nosso «herói», o polícia ia ser o mesmo que o parou na estrada na viagem até ali. 

Surpreendeu-me esse final.

Outro aspecto que gostei foi o de perceber que a personagem idiota do filme, aquele tipo que só pensa e diz parvoíces é, afinal, o que está certo o tempo todo. Ahahah. Bem feito para todos os «normais» que julgam que os «idiotas» nunca podem ter razão. Kkkk.


Também me surpreendeu o real motivo de toda aquela movimentação. Pensei eu que hipnose era o máximo do que ali acontecia com certas pessoas mas, afinal, tudo está muito mais conectado e enraizado... Não sei se a invasão, ao invés da adopção, seria a opção escolhida se, de facto, a noção de racismo fosse a questão fulcral - que não é. O surpreendente do filme também é isso. A questão principal é na realidade outra e são duas: o desejar viver para sempre e o viver para sempre jovem, saudável e em super-forma.

Neste sentido o filme mostra que a "raça superior" é outra - e a sua «escolha» em nada recaí sobre conceitos de racismo, mas em conceitos de biologia.

Então não deixa de ser engraçado e, mais uma vez, surpreendente, quando, mais para o final, percebemos quem são as pessoas a quem Rose chama de avó e avô...



Um filme a não perder.
Ah, e falta mencionar o quanto torcemos pelo «herói» no final e apreciamos quando inescrupulosamente este começa a virar o jogo... 


Cenas pouco credíveis que «arruinariam» a história se esta não nos agradasse tanto:

1- A cirurgia começar sem a presença do principal elemento (a sequência não me parece muito lógica).

2- Não resistirem a mostrar uma poça de sangue a jorrar da cabeça de um indivíduo (que, no mínimo precisava de ter tido o crânio rachado, presumo eu) e fazerem como naqueles filmes em que um tipo é baleado não se sabem quantas vezes e continua a vir atrás e a perseguir.... Só para mostrarem um elemento crucial referido duas vezes: na abertura do filme e durante o jantar de família. Contudo, apreciei esse elemento. 


Também achei no youtube esta pequena paródia aos elementos do filme e fartei-me de rir. Por isso não deixo aqui nenhum trailler - pois este denuncia tudo o que surge no filme - mas a paródia. A ver se chegam lá.... eheheh.


1 Say it / Quero Falar:

Os Filmes de Frederico Daniel disse...

É uma obra prima, amo tanto este filme. 5*

 
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