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Lua de Mel, Lua de Fel



Estrelas: 10 (de 10)


Nem sei como ainda não falei deste filme que foi por muito tempo um dos meus favoritos.

Lua de Mel, lua de Fel (Bitter Moon - 1992) passou nos finais dos anos 90 na televisão, bem de noitinha. Comecei a ver e nunca perdi o interesse. Senti contínuos nós no estômago. Senti revolta. Apeteceu-me xingar o mocinho com todos os nomes feios possíveis e impossíveis. 

O filme foi exibido com bolinha vermelha por conter muitas cenas em que se fala de sexo de forma explícita e detalhada. Também se deixam ver orgãos genitais - femininos, claro. Mas na minha opinião, a «bolinha vermelha» assinala uma obra-prima na qual o que mais no choca não é a nudez, e sim a linguagem crua e real. 

Fiona e Nigel
Resumo: Nigel é um homem pacato em viagem num navio cruzeiro com Fiona, sua esposa. O casal inglês procura assim reacender a chama do seu casamento embarcando numa viagem de segunda lua-de-mel rumo à mítica Índia. Numa ocasião sozinho no bar, já que Fiona enjoa com o balanço do barco, Nigel sente-se totalmente atraído por uma bela mulher que vê a dançar. E muito sem jeito passa-lhe uma cantada. Pensa estar a ter sucesso mas... está redondamente enganado. Aquela mulher de vermelho com sotaque francês vira uma obsessão e para saber mais sobre ela e a tentar levar para a cama Nigel revela-se um homem com um carácter bem diferente daquele que transmite para fora e julga ter.

Um filme soberbo - na minha modéstia opinião. Com boas atuações de parte em parte. Talvez a mais crua seja exatamente a da «bela mulher de vermelho», a atriz francesa Emmanuelle Seigner, na altura e ainda presentemente, esposa do diretor do filme, Roman Polanski. 


Adorei a linguagem do filme, as verdades cruas, a forma como os personagens que pareciam os mais desprezíveis também eram honestos e transparentes. Adorei o sarcasmo, as ironias (que são muitas), entendi que não podia ter existido outro final, que se fechou o ciclo e aquele derradeiro gesto foi, no fundo, um de altruísmo. Que acabou por ser a salvação do casamento do jovem casalinho britânico - aquelas últimas horas no navio cruzeiro os fez crescer como nunca e solidificou a sua união até então em risco de ruir.

Mimi e Óscar
Falta ainda mencionar talvez a personagem mais importante de todas. Porque é ela que nos vai enojar. É ela que vai conduzir a história. Óscar, o marido da bela e jovem Mimi - a mulher de vermelho. Escritor americano, assim que vê Mimi num autocarro apaixona-se por ela. A jovem tem o sonho de vir a ser bailarina e acaba por se apaixonar também perdidamente. Os dois vivem em pleno clima de lua de mel, só sexo, só quarto, só amor. Mas não se vive só disso e o resto da vida se impõe: os sonhos de carreira como bailarina, os delírios de um escritor em escrever a sua grande obra prima. A relação dos dois passa então por um momento baixo. Depois vira cruel. Torturosa. Mas apesar disso, ainda com amor. Tudo vai um pouco longe demais... E então os dois, já muito diferentes do que eram quando começaram, decidem partir num cruzeiro... A ver se a coisa tem conserto ou faz sentido. Mas tem? Ambos sabem a resposta. Ambos se amam. Mas o amor basta quando tanta coisa o maltratou? 


Óscar e Mimi acabam por encontrar em Fiona e, em especial, em Nigel, um divertimento para as suas vidas já tão desgastadas. O casal inglês passa a ser o novo entretenimento do escritor e da ex-bailarina. Situação que agrada a Nigel, convencido que está que vai conseguir levar Mimi para a cama, sem que a sua esposa fique a saber. Ele até providencia uns comprimidos para o enjoo que vêm mesmo a calhar... Mas Nigel não é páreo para Óscar ou Mimi. Na realidade, nem para Fiona.


Categoria: Romance Erótico/drama
Estrelas: Dez

 
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