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Ex-Machina: PREVISÍVEL, mas bom entretenimento


4 estrelas (10)


Ao contrário de  muitos, que presumo terem ficado maravilhados com este filme, esse não foi o meu caso.

Não me interpretem prematuramente: gostei do filme. Mas não me trouxe realmente nada de novo. O que mais gostei nele, foram as interpretações. Principalmente do tipo que fez de criador das criaturas robóticas (Nathan). 

Da história e do desencadear dos acontecimentos? Não, nem por isso. Porque tudo é previsível e tudo o que foi mostrado neste filme, já surgiu noutros também. E a previsibilidade do final solidificou todas essas sensações contínuas que ver o filme estavam a produzir.

Sei que tem como base um livro - que nunca li. Mas não é necessário ler para conhecer a história. Talvez porque outros filmes do género existiram, ou histórias parecidas existiram. Robôs femininos que são usados para sexo não tem qualquer novidade. Nesse sentido, o filme A.I. - Inteligência Artificial, prima pela sua originalidade: os robôts têm uma história, uma vida, um propósito multitask. No filme, surge um robôt menino para preencher a carência afetiva de uns pais. 


 Neste Ex-machina, são criadas jovens mulheres hiper-atraentes, não só pelo desafio de o conseguir - claro está, um argumento sem dúvida válido. Não tão válido é ficar-se pelas mulheres super sexys para usar para sexo. Sim, tinham de ser... porque é o clássico cliché.

Como se todo o homem fosse heterossexual e não pensasse noutra coisa. Como se fosse improvável que um gay andasse nesse mundo dos algoritmos, da criação e do poder supremo - desejando por isso, quem sabe, também construir uns robôts machos com uns sexy rabinho e pénis.




Os diálogos são brilhantes - principalmente os do criador. Mas a história em si não traz nada de novo. Os efeitos especiais não são impressionantes e a Sexy Robot (Ava) não pretende para si algo que ninguém tenha visto antes: ela pretende escapar do laboratório e mesclar-se com a humanidade. Durante a história, existem uns "blackouts", umas quebras de energia, durante as quais o criador perde qualquer forma de vigiar por audio e video a sua criação. 


É óbvio assim que surge o primeiro apagão, que quem os causa é a sexy robot. E me pareceu também óbvio que o criador (Oscar Isaac) percebeu isso e, como tal, temia a inteligência ou malícia que podia estar naquela robot. Que uma pessoa tão inteligente não tivesse um gerador para restaurar a energia, ou não obtivesse outros meios de continuar a vigiar a sua criação durante esses apagões, é que é totalmente inaceitável. Reparem bem: o homem constrói uma réplica perfeita de um ser humano, em todos os sentidos, através de porcas e parafusos. Mas não sabe manter um sistema de vigilância a funcionar durante uma quebra de energia? Nem ter câmeras com bateria e visão noturna? É muito conveniente! E uma falha indesculpável.

Pareceu-me sensato que ele a mantivesse dentro de casa, com um nível de segurança adequado. É um robot acabado de criar, por cristo! Não é um brinquedo inofensivo... Até um brinquedo - assim como um eletrodoméstico, são testados antes de serem disponibilizados para o mundo. Portanto, não existiu nenhum clima prévio que tenha feito o espetador sentir pena e compaixão pela sexy robot e suas condições de existência.

Claro, chega um rapaz jovem, disponível para o amor, mente aberta... Afinal, foi escolhido por isso mesmo. E faz cagada. Estraga tudo ao se deixar levar pelas palavras de uma... robot. E virou-se contra o humano, o criador, seu chefe, que andes admirava por seus feitos precoces. Foi confiar num pedaço de metal ao qual foi apresentado 48h antes...


O final, como já disse, não foi surpreendente, por ter sido totalmente previsível. O rapaz arma um esquema para «libertar» a robot, enganando o criador. Este percebe tudo e conta-lhe o real propósito pelo qual foi convidado a estar ali. Mesmo assim, o jovem rapaz sente-se usado e enganado pelo chefe, mas não entende nada do que lhe foi explicado. Não percebeu que foi manipulado pela sexyrobot. Porque logo a seguir, fica a observar o comportamento dela, já livre, no processo de ganhar uma aparência mais humana. Entretanto, esta robot já tinha manipulado uma empregada doméstica super-sexy a atacar o criador. Afinal, ela também era uma robot, e isso o público percebe de imediato, praticamente na primeira cena, mas o estúpido do rapaz, alienado do ambiente em que se insere, só percebe o óbvio quase no final. E isso, a meu ver, é mais uma falha imperdoável na história. Afinal, aquelas são mentes brilhantes! O rapaz foi escolhido pela sua capacidade de analise comportamental e, no entanto, peca para perceber o óbvio.

Nem quando o criador reproduz os movimentos com os quais programou a robôt,
o empregado desconfia que ela é, como o espetador sabe desde o início, outra robôt.

A robot «soldado» é a primeira a atacar o criador, espetando-lhe na barriga a faca que usava para cortar legumes. O criador ainda tem um gesto de defesa e, com um tubo que deve ser composto de uma liga superespecial, bate na face da robot-soldado, que perde parte do maxilar e cai inanimada no chão. Mais uma vez aqui o guião falha pela conveniência, porque o que é que ele faz a seguir? Fica a olhar para o chão, para o robot caído, de COSTAS para a robot que desencadeou toda aquela revolução. Fica assim, de costas... e é então que a SexyRobot lhe espeta a mesma faca nessas costas. 

Ah, robots assassinos! Foi isto que ele andou a construir. Daí todo o sistema de segurança e o local longínquo que escolheu como sede para as suas experiências. Burro ele não era, foi apenas neste pormenor de ir enfrentar duas robots durante um motim, achando que só com a força da voz ia fazê-las obedecer-lhe...

O idiota que causou tudo isto - o jovem rapaz, só no último instante entende que foi usado pela sexyrobot, porque esta tranca-o e afasta-se, fazendo ouvidos surdos às suas súplicas para ser libertado. É então que o idiota percebe que o único humano além de si, naquele local, jaz morto no corredor.



Deixou-se levar pelo rosto plástico de uma robot sexy... danou-se. 
Robot essa que, não sentiu a mínima compaixão por todos os outros modelos robots que encontrou depois, aquando o seu livre acesso por todo o complexo. A uma tirou o braço, pois o seu havia ficado danificado, a outra retirou toda a pele, a outra roubou o vestido. E à soldado que incitou à revolta, deixou partida e avariada no chão.


E assim, o futuro da humanidade adivinha-se "bonito"...
Com uma robot indestrutível e sem moral, completamente camuflada de humana, solta por aí... Já com uma morte nas costas e nenhum remorso ou vestígio de emoção ou arrependimento. 


A julgar pelas críticas que encontrei online, este é um filme sobrevalorizado
#Exmachina perde para:


-Exterminador Implacável
- A.I.
- Planeta Proibido
- Distrito 9 (que fez os corpos dos "gafanhotos" mais realistas que este robot)
- A fuga de Logan 
- Blade Runner


Porque todos eles, de uma forma ou de outra, criaram mais emoção com seus robots e proporcionaram mais acção e saltos no enredo. 

Críticas com as quais concordo:
Wired


 
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