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Ir ao cinema antes que o filme DESAPAREÇA



Na semana passada fui ao cinema com interesse em ver um de dois filmes que queria mesmo ver. "Os gatos não têm vertigens", filme português de António Pedro Vasconcelos e "O Físico", um filme americano com co-produção alemã. Por uma questão de horário optei por não ver este: O Físico. Mas pretendia vê-lo o quanto antes, na semana seguinte, hoje mais concretamente.


O filme já não se encontra em exibição. Queria mesmo ir vê-lo hoje, mas já desapareceu! Isto recorda-me uma das (muitas) razões pelas quais acabei por nunca mais colocar os pés numa sala de cinema. Os filmes ficam pouco tempo por lá! No caso de "O Físico" nem me recordo de ver uma promo sobre o mesmo. Foi com surpresa que o encontrei na lista de filmes e soube de imediato que era um must-see. Adorei o livro, sabendo o quanto é uma história rica, com muitos desenvolvimentos e muito para contar, era imprescindível que a sua adaptação cinematográfica recebesse maior atenção.

Irrita-me esta desconsideração e irrita-me que umas obras recebam tanto mediatismo como mais um filme sobre a figura imaginária do "Drácula" (ou super-homem, ou homem-aranha, etc) cuja atracção a meu ver não pode acrescentar muito de novo e depois uma novidade como esta história fantástica, rica em drama pessoal e em factos históricos como esta do órfão miserável que consegue se tornar físico através de uma viagem pessoal e geográfica tremenda, tendo inclusive de se fingir judeu para poder frequentar a melhor escola de físicos da antiguidade, tendo sobrevivido à peste negra, que causou durante séculos um pavor equivalente à Ébola actualmente, uma história como esta não tem mais divulgação


Oh, que irritante!
Estava na disposição de voltar às salas de cinema e pagar quase 7€ para ver este filme. Decidi faz algum tempo que não merece a pena ir ao cinema «dar» dinheiro para ver blockbusters que pouco acrescentam à arte ou que dali a seis meses vou poder ver em casa, na televisão, como foi o caso do filme com Tom Hanks, "Capitão Philips", nomeado para os óscares em finais de Fevereiro deste ano e já visto em Agosto (salvo erro) no canal de televisão Telecine. (pode ser visto novamente no TVC1 a 12 de Novembro).


Merece a pena ir ao cinema e lá deixar dinheiro se a história parecer realmente empolgante, ou se o filme parecer bem feito e é português ou co-produzido, ou de origem mais humilde e cuja qualidade perante a diversidade merece mais receitas. Os blockbusters popularuchos de origem americana são sempre a mesma fórmula e pouco acrescentam a coisa alguma, servem para ser digeridos com pipocas e deitados fora após o visionamento, tal e qual o pacote. Procuro filmes que, bons ou não, sejam feitos com paixão e façam reflectir ou acabem por ensinar algo. Para puro entretenimento, só histórias novas, refrescantes, dramas intensos e fortes como este "O Físico" me interessariam. 


O Candidato da Verdade - The Manchurian Candidate (2004)


10 estrelas (10)

Já vi este filme algumas vezes e não me canso. É muito bom. 
Além das interpretações gerais e particulares de Meryl Streep, Liev Schreiber e Denzel Washington que estão soberbas, a composição do filme está muito bem feita, é um filme com uma realização dinâmica, nada enfadonha, sólido e consolidado em todas estas vertentes de trama, guião, realização e interpretação. É um filme assustador (muito mais do que o que o antecessor), pois este baseia-se em premissas que podem muito bem ser uma duradora realidade por confirmar. E isso causa aquela «inquietação nervosa» de quem pode estar a ver uma ficção que é tudo menos isso.

Uma de algumas frases do filme que mexeram comigo é dita pela soberba Meryl Streep na personagem de Eleanor Prentiss Shaw, uma implacável mulher da política. Quando esta dá banho ao futuro vice-presidente dos EUA, o filho Raymond Shaw (Liev Schreiber),  antes da cena terminar com uma insinuação incestuosa, Raymond pergunta à mãe qual vai ser o destino do Major Ben Marco (Denzel Washington), um "fantoche" dos interesses políticos que foi manipulado através de lavagem cerebral para assassinar o futuro presidente dos EUA para que Shaw tome o seu lugar. A sua resposta é de gelar o sangue nas veias:
- "The assassin always dies, baby. It's necessary for the national healing".
"Querido, o assassino morre sempre. É necessário para o luto do país".

E num nanosegundo é impossível não recapitular mentalmente tudo o que se sabe sobre os assassinatos da vida real de Robert Kenedy, JFK e até Abraham Lincoln. Todos figuras de topo da política americana, todos assassinados sem se saber quem foram os mandantes e todos tiveram um homem só providencialmente capturado e apresentado como único responsável, um «lunático» "fantoche" para arcar com a punição, sarar a nação e assim calar a revolta do mais fervoroso incansável investigador da busca da justiça e da verdade. Semelhanças? Todas! E por isso é HORRIPILANTE.

Outro momento marcante é a interpretação de Liev Schreiber aquando desabafa no seu consultório sobre a sua vida como um Prentiss Shaw. Todo aquele desabafo se resume a: "A minha mãe aconteceu". É de horripilar pois percebe-se o quanto aquele homem foi, toda a sua vida, um fantoche terrivelmente forçado a cumprir as vontades e desejos da mãe. Uma mãe dominadora e opressora. Sentimos por um rapaz que nunca teve uma namorada, porque a mãe não permitia, nem sequer uma amizade verdadeira, pois a mãe também interferia nos contactos e conhecidos que o filho devia ter. É horroroso e dá dó.

Um terceiro momento de horror do filme é visionar a broca a perfurar o crânio de Raymond, a fim de introduzir um novo aparelho de controlo da mente. Vê-se a broca a entrar, o som que faz e tudo culmina com a impressão que faz ver que, ao sair, vem cheia de "pó" craniano. E em todo este processo, Raymond, a cobaia, está viva, acordado e sem sedativo. Apenas sobre o efeito do controlo da mente. Ele sorri à medida que lhe brocam o crânio e lhe introduzem uma agulha no cérebro! 

Mas tudo isto são descrições fortes mas resumidas para descrever um filme que aborda de forma soberba tantas questões sobre o poder por detrás do poder e o controlo, tanto desse poder como sobre o indivíduo. 

O filme feito em 62 com o «cunho» de Frank Sinatra - O enviado da Manchúria, fez merecido sucesso e sugiro que seja também visto, porém não deixa de ser um produto de época, preso que está no enredo em torno da paranóia da Guerra Fria e do medo americano da «ameaça» comunista - uma realidade de então, porém à muito encerrada. Sim, os chineses conquistaram o mundo mas foi através do capitalismo, do comércio e da economia de países ambiciosos como a América, dispostos a «fechar os olhos» em prol do lucro. Depois disto investem na política de cada qual, inclusive por cá, onde andam a comprar cada vez mais empresas que deviam manter-se nas mãos do Estado. (isto é um à parte). Portanto, o «comunismo» foi uma ameaça que o capitalismo tornou obsoleta porque a substituiu como «vilã». O comunismo como ameaça na trama é, portanto, uma conspiração datada e as próprias interpretações neste filme de 62, embora boas, também pertencem a um tempo em que heróis e vilões tinham determinados maneirismos e eram personagens mais planas. Nessa década de 60, o herói era sempre forte, tendo apenas direito a um momento de colapso nervoso. Hoje os bons filmes já não são assim, deixam a humanidade invadir bons e maus em todo o seu esplendor de medos, receios, fragilidades, força e inteligência.

O Candidato da Verdade ou no original The Manchurian Candidate é um filme de triller psicológico que nos agarra ao ecrã de princípio ao fim. Num mundo global, o terrorismo das cooperações é uma ameaça bem real ao planeta, à economia e à vida de cada cidadão, aqui ou em qualquer lugar. E cada vez mais se verifica conforme o comprova as sucessivas crises económicas, o consequente desemprego, o aumento do custo de vida e as dificuldades, cuja crise começa «lá» mas acaba por dar a volta ao mundo e atingir tal como uma onda todos os lugares. É um perigo real, tão verdadeiro, que o filme ao abordá-lo, torna-se assustador.

"Sir" Anthony Hopkins



Existem actores que depois de falecidos sobre eles se fazem filmes. Um a que me refiro é muito conhecido e oscarizado. Foi estudante de música, cumpriu dois anos de serviço militar, fez carreira como actor internacional e ao que parece, largou temporariamente a representação e presentemente dedica-se à pintura. 
Some actors have their live stories picture in a movie after they are gone. There's an oscarized movie actor that started his way trough arts has a music student, went to the army and then entered the acting business, achieving an Oscar winning performance. Now he temporary droped acting activities and dedicates himself to painting. 


Falo de Anthony Hopkins. A rainha Elizabete de Inglaterra atribui-lhe o título de «sir» que ele ostenta antes do seu nome. Com uma trajectória de vida aparentemente rica e diversificada, imagino que este é um ator com potêncial para ter a sua vida retratada em filme. ,Recentemente conseguiu que uma valsa por si composta há 50 anos, quando era estudante de música, ganhasse vida e ecoasse pelos salões pelas mãos do maestro André Rieu. Desde então Hopkins já lançou um álbum de música clássica.  
I'm talking about Anthony Hopkins. Queen Elizabeth from England has giving him the «sir» title, witch he uses before his name. With a life trajectory so diverse and aparently rich, I do imagine a few years from now, his life portrait on a movie picture. 
He is now reported to be dedicated do painting but 50 years ago he has composed a Walse that was revived from a dusty draw and became alive through the maestro André Rieu. Since then Hopkins has release an album of classical music.

Daria ou não um bom filme?
Is this or not a good movie?

http://youtu.be/1LGVGekPSzo

Os Créditos FINAIS


Se há coisa que me desagrada quando frequentava o cinema é o hábito tuga de todos se levantarem das cadeiras cheios de pressa assim que percebem que o filme vai acabar. Sabem que os créditos finais também fazem parte do filme?!



Eu gosto de escutar os créditos, ao menos. Já que passam as músicas do filme. Mas não é decerto por isso. Gosto. Gosto de ir vendo os nomes de quem fez o quê e aguardar. Aquele tempo em que os créditos passam serve para recapitular o filme, para reflectir e absorver o conteúdo. O facto de quase todos se erguerem e começarem a abandonar o recinto é um hábito que me parece contrário à própria experiência de ir assitir a um filme ao cinema


Na última vez que fui a uma sessão, fui ver um filme de animação em 3D - A idade do Gelo 3. Valeu cada segundo. Embora as pessoas na expectativa do filme acabar, algumas já se levantavam antes mesmo da palavra "FIM" surgir, eu adiei a partida o máximo que pude. E prestei atenção aos créditos, que ainda por cima eram intercalados por animações - tornando os créditos nitidamente parte da experiência do todo. Mas não tive muita opção de escolha. A sala depressa esvaziou e essa percepção fez com que as crianças que levei comigo quisessem seguir a «carneirada», envergonhadas por não se terem erguido também assim que todos os outros o fizeram. Levanto-me e dirijo-me para a saída. Nisto entram pela sala a dentro os funcionários responsáveis pela limpeza do espaço. Munidos de vassoras, pás e sacos de plástico. Entram sem cerimónia, como se eu e as crianças fossemos transparentes, contudo, inconvenientes, já como que a dizer: "O filme acabou já cá não devias estar, este espaço já não te pertence". Cruzei-me mesmo no corredor de acesso para sair da sala com estes funcionários, os créditos finais e a música ainda a passar na tela gigante... e a sala já vazia de espetadores. Até parece que os créditos duram uma eternidade e não apenas uns minutos!


E a que propósito faço um post sobre isto?
Ultimamente tenho visto filmes na televisão e deixo os créditos terminarem. No finalizinho, mesmo no fim, tem uma última cena. Uma última cena que acrescenta, complementa ou dá mais graça ao todo. Imaginem toda esta gente que se levanta e que ocupou várias salas de cinema quando foram ver este género de filmes...todos perderam este twist!




Contatos de Quarto Grau (The Fourth Kind)



Abbey TylerAn encounter in the first kind, that's when you see a UFO. The second kind is when you see evidence of it: crop circles, radiation. The third kind is when you make contact. But the fourth kind, there's nothing more frightening than the fourth. You see, that one is when they abduct you*.

Tradução: Um encontro de primeiro grau é quando se avista um OVNI. Do segundo grau é quando existem provas do mesmo (ex: destroços de rosswel). Do terceiro grau é quando existe contacto. Mas o quarto, não existe nada mais assustador que o quarto. É quando existe abdução. 

Bom, eu sou como o invenstigador de línguas no filme que disponibilizo de seguida: acredito em factos. Do primeiro grau já tive mas não liguei peva. Dos outros nem quero saber eheh! Ainda assim, neste filme usam imagens supostamente verdadeiras, de fontes diversas e inicialmente cepticas, o que levanta questões diversas sobre a origem e o tipo de vida neste e noutros planetas. 

Well, i'm like the guy in the movie that studies ancient languages. I believe facts and don't jump to conclusions. Of the first kind unfortunately I already had one. Didn't care about it a bit. Still, this movie supposedly uses real footage, from several sources, many of them were skeptical. There're some extraordinary events captured on film. To say the least, it raises questions about the origin and type of live in this planet or others.

Reminding Rosswell story's and having watch the 1986's movie just before this one, I have to say it is said that back then in 1947 the captured alive ET it is reported to have warn: "Others will come. And they are not like us".

Recordando as histórias envolvendo o caso real de Rosswell em 1947 e tendo acabado de ver o filme antes deste, supostamente o ET capturado vivo comunicou o seguinte: "Outros virão. E eles não são como nós".

Mas tire as suas próprias conclusões/but extract your won conclusion. 



Se os relatos são assustadores, existe quem banalize e ache «divertido». Eis um exemplo.


PS. Jô, eu «vi» na hora do dia (12.00). O cara aí até acertou numas coisas ahah.

Brilliant 1st timers - 01


 Morreu este ano, a 3 e Janeiro de 2014, Alicia Rhett.
Deceased this year int january 3rd.
(98 anos/years old)

Alícia foi uma actriz de um filme só. Como tantas outras. Alícia foi a azeda e revoltada India Wilkes no jamais esquecido filme de 1939 "E Tudo o Vento Levou". Adorei-a na personagem.

Alícia Rhett was one of those actresses that made one an only movie but had a stunning success in it. That movie was 1939' Gone With the Wind.



RIP Alicia Rhett

District 9 - the best sci-fi one can have


Numa escala de zero a dez dava a District 9  doze estrelas! 
In a scale of zero to ten I give District 9 twelve stars!

A primeira vez que vi este filme foi na televisão, cerca de três anos depois do seu lançamento (2009) e o tempo todo só conseguia pensar: «mas porquê que nunca ouvi falar deste filme antes?». É brilhante! 
The first time I saw it was on television three years after it's release and all the time I was wondering: Why haven´t I eared about this excellent movie before?

E de facto, até hoje, não consigo entender. Não compreendo como um filme tão bem conseguido em todos os sentidos não é publicitado, não está no Top dos Tops dos grandes filmes, não só no seu género, ficção cientifica, mas em qualquer categoria, pois é excelente como história, como conceito, na concepção, realização e as actuações são todas soberbas! Todos os atores neste filme são soberbos nos seus papéis. Não me refiro apenas às personagens centrais mas a todas, mesmo aquelas que aparecem apenas por segundos. É um filme do qual não se consegue desviar a atenção, o interesse vai crescendo enquanto a ação se desenrola. É impressionante. 
Until today I do not understand it. Its a all good movie and received no known publicity. It´s not only great inside its gender, it is great all and all. Excellent plot, perfect performances from every actor from the one that pop-up for a few seconds to the mainly character very well made by Sharlto Copley. The spectator interest increases has the story develops. 


District 9 tem a capacidade de nos nos envolver de imediato e gerar empatia. Primeiro sofremos com os desgraçados dos alienígenas, enfiados num bairro de lata e à mercê do domínio violento dos humanos. Lamentamos a morte gratuita de cada um deles e os actos de descriminação. Depois a mesma empatia nasce pelo humano que os inspeccionava, agora uma vítima da eterna ambição humana por poder e controlo.
District 9 has the capacity of hook us from the start and generate empathy. First one gets emotional by watching the aliens being persecuted, discriminated, evicted, killed. Then the same empathy goes to the human main character who suddenly becomes a victim of the eternal human ambition for power and control. 

Como género é um filme de ficção cientifica que felizmente foge do típico hollywood-crap. Não vamos ver um Tom Cruise o tempo todo a correr de um lado para o outro e a fugir de alienígenas quase invisíveis, que explodem e devastam tudo. A acção nem sequer se passa em Nova Iorque, felizmente. Tudo acontece em Joanesburgo, África. Bem apropriado, diga-se. 
Fortunately it's a sci-fi movie that delivers the «package» so differently from the usual over the top explosions and CGI effects and too much focus in the main character running around has the human kind savior. Also, the action is not center in poor always-destroyed New York. It sets on Joansburg, Africa, witch is in deed a very good place to put a slum neighborhood and the type of criminal activity one sees in the story. Ah, also, I love the character's names. Its unusual to have different names that sound good.



Depois do filme terminar balbucia-se "excelente filme" e fica-se a pensar na história e nas lições que dela conseguimos extrair. Não é de todo um banal ou mediocre filme cheio de exagerados efeitos especiais e muitas explosões, sendo esquecido assim que surgem os créditos finais.
When the movie gets over one can only say: "what an excellent movie!" and keeps the plot in mind. The movie makes you reflect in the shown situations. There's racism, crime, death, cruelty, it makes you wonder. And a movie that do that is a good one.  If you haven't seen it, go and watch it! Your brain will thank you for the gift.

Quem ainda não viu District 9 vá o quanto antes ver. O seu cérebro vai agradecer-lhe o presente. 



Matthew McConaughey e A personagem



Não sei porque tanto espanto pela actuação de Matthew McConaughey no filme onde faz de homofóbico que descobre ter SIDA - um filme inspirado numa história real passada na década de 80.

Só quem não o viu como um homossexual com perversas e secretas preferências sexuais no surpreendente filme "The paperboy - um rapaz do Sul" pode realmente se surpreender por o actor revelar talento num tipo de papel que não é aquele pelo qual melhor é reconhecido: o galã surfista.

EM PapperBoy as «estrelas» morrem. E mais não digo. Só revelo que a morte é real e não segue as tendências irrealistas que habitualmente se sucedem nos filmes. Aqui não existe uma chuva de balas às quais os heróis conseguem se escapar sempre. Aqui existe o perigo e chegar perto resulta na sua concretização definitiva.

Em hollywood um actor que viveu de papéis de galã pode sempre reinventar-se. É muito mais difícil para uma mulher. Não é impossível, mas difícil. Diria que Michelle Pheifer se esforça mas não conseguiu essa virada na sua carreira e muito menos Meg Ryan. Mas depois surgem casos como o de Nicole Kidman, o de Jodie Foster e mais ainda o de Julianne Moore. Mas estas não basearam as suas carreiras no esteriotipado papel de mulheres sedutoras, sempre variaram. Pelo que mais facilmente conseguem a transição. Já os homens, esses também encontram dificuldades. Mas pessoalmente o que mais observo é o mito dos grandes talentos. Atores como Jack Nicolson, sinceramente, não consigo entender o fascínio. Julgo que vive dos louros de ter gritado que nem um doido elevando um machado na mão. Sim, fez brilhantemente "voando sobre um ninho de cucos", mas foi o alucinado com o machado na mão que o «carimbou» e daí adiante virou um «dinossauro» de hollywood. Filmografia que justifique ou comprove a reputação que tem, muito pouca. Talvez o Jocker num dos filmes do Batman mas cá está: novamente trata-se do mesmo género de papel do homem louco com o machado na mão. Tirando isso meteu-se em comédias românticas onde seduzia uma série de mulheres? Em que planeta, pergunto eu? Nada credivel e pouco interessante, mas assim como Matthew McConaughey parece ter espantado meio mundo por ter saído do papel de moço romântico, ninguém parece espantar-se por um velho Jack Nicolson regredir para esse género.

filme King Kong (1976)


Uma casualidade fez-me colocar o filme King-Kong (1976) a passar em DVD e fiquei de imediato agarrada. Logo no início do filme a história agarra, ainda que não se saia do cais do porto e as personagens não estejam a fazer nada de extraordinário.

É raro hoje em dia fazerem um filme em que todos os intervenientes tenham o seu espaço. Ali os actores cujas personagens não passam de coadjuvantes se têm algo a fazer e o podem fazer com falas, fazem-no. A câmara não se esquiva deles, tornando-os os mais secundários e apagados possíveis. Não. Até grandes planos de personagens secundárias se fizeram só para esta gritar "está feito!". 

E isso me agrada, porque não gosto de ver um filme em que todas as cenas são com o ator principal e os secundários são silhuetas disformes ou escurecidas no plano ou vozes fora de cena. Para vedetimos que façam monólogos. E depois, imagino o actor que participa num grande filme e não tem como o provar. Porque um filme é feito por milhares de pessoas e garanto que todas devem sentir satisfação por terem contribuído para tudo aquilo. Mas alguns - a maioria, mesmo entre actores, não vão poder dizer: "aquele ali sou eu!", vários anos depois, para mostrar aos netos, entendem? Porque a maior parte das vezes estão ali só a encher. No caso desta versão de King-Kong isso é o menos verdade possível. Então sei que algures um homem diz para uma criança: "este que gritou «está feito» sou eu!" e a criança vai ficar vidrada naquele segundo em que o rosto do avô surge na tela, provando que ele fez parte daquele "grande" filme.

 Mas o filme é fantástico em muitos outros sentidos. Para mim é o melhor que já vi sobre a história do King Kong. Ele baseia-se mais na história do que no fantástico. Sim, foi feito um boneco de 14 ou 12 metros de altura. Sim, foi gasto dinheiro... mas e daí? Ao menos com todas essas condições fizeram um filme de jeito, e não se limitaram a um show de efeitos especiais e falsos pretextos para exibir ainda mais a espectacularidade dos mesmos.



Kong não se destaca e faz todo o filme, ele o complementa e sobressai quando é para sobressair. Nesta versão temos uma criatura gigante mas com coração. Kong é um romântico. Ele se encanta por aquela criatura branquela e loura que é tão diferente de todas as que já lhe haviam sido oferecidas. Ganha-lhe estima como algumas pessoas ganham imediata simpatia por um animal de estimação a primeira vez que o olham numa loja ou lugar de venda qualquer. Kong, o gigante, agarra-a na palma da mão com uma delicadeza que só podemos imaginar. Como é que aquele gigante no decorrer de tanta agressão continua a segurar a sua querida e não se descuida e lhe esmaga os ossitos todos é a prova do quanto sente genuína afeição por ela. Seria o equivalente de um ser humano adulto segurar na mão uma frágil borboleta e conseguir não a machucar, nem sequer nas delicadas asas. 

Jessica Lange tem um ar fresco e atraente como se deseja para a personagem. Ela passa o filme todo a tapar as pernas com a parte de trás do vestido da cerimónia de sacrifício - vai-se lá perceber. Podia ficar descansada que estava menos exposta com aqueles dois trapinhos compridos do que com os calções shorts que usava antes do rapto. A sensualidade por vezes transparece não na irreverência da indumentária mas na ousadia da simplicidade de outras. Deduzo por este pequeno pormenor que a actriz não estava assim tão confortável com a ideia de interpretar uma daquelas personagens femininas que são todas boas, usam decotes avantajados e vão ficando cada vez com menos roupa à medida que a história avança... Mas não tem com o que se preocupar. Se esteve não deixou transparecer. Até porque chega Jeff Bridges que prontamente a salva e lhe entrega a camisa, ficando agora ele de tronco nu. Uma pena não usar a moda de agora, que é uma t-shirt normalmente branca com uma camisa :) Assim escusava ele, também a certa parte do filme, de se sentir um tanto "desnudo". Um "herói" parcialmente desnudo deixa actores apreensivos...

Mas não era sobre nada disto que me queria alongar. Onde queria perder mais tempo já que tanto mais já se pode saber sobre este filme é exatamente por onde comecei a o relatar. No detalhe de todos os que nele participaram como atores eram de facto bons. Inclusive os que faziam os papéis mais secundários, com poucas ou nenhumas falas. Percebe-se de imediato logo na cena de abertura, que se passa no cais de embarque. Dentro do navio também vamos percebendo quem é parte da tripulação. Por exemplo, o cozinheiro é um rapaz oriental. Se tem falas não percebi mas em alguns planos parece estar "presente" em cena, como um simples homem que gosta de olhar para uma mulher atraente por exemplo, ou um expectante membro da tripulação a observar a partida dos pesquisadores. Mas não está ali só a preencher o espaço, à espera que os atores principais terminem a cena. Entendem o que quero dizer? Tem presença. Não é um figurante de "encher" o ecrã. Mais tarde já volto a ele.

Foram todos bem escalados para os papéis. Um nome durante o genérico final captou a minha atenção: Selznick. Rebobinei e fui ver: o nome era Joyce Selznick. Ora, para um cinéfilo mais ou menos informado, sabe que este apelido está diretamente relacionado com um período importante da história da época dourada do cinema de hollywood. David O' Selznick foi um produtor de renome, responsável pelo grande filme "E tudo o Vento Levou" (1939). Claro que pela altura de 1976 não esperava que fosse ele mas segui o instinto e confirmei que Joyce Selznick era uma sobrinha sua, que trabalhou anos como directora de elenco e agente. Ou seja: por ela (e seus associados) também passou a decisão de achar e contratar os actores certos para os desejados papéis. Será que era a ela que se devia esta atenção de casting que acabara por observar? 

Rick Backer
Ter pesquisado a ligação desta Selznick levou-me a um link com o nome do elenco de King-Kong. E foi aí que me impressionei mais. Porque confirmei com um vislumbre esta impressão de que o casting foi muito bem pensado. Reparei que ao lado dos nomes e das fotografias dos actores, agora quase 40 anos mais velhos, não existiam os habituais indícios de falta de actividade profissional ou desaparecimento por morte. Quase todos ainda vivos, e activos. Segui um link curioso: o do actor que fez de King-Kong. Sim, eles usaram robots mas também tiveram cenas em que foi preciso um homem num fato. Essa pessoa, reconheci-a pelo olhar, foi o artista de maquilhagem Rick Backer. Bom, é tão vasto o CV deste homem que trabalhou como maquilhador ou criador de efeitos especiais em filmes como Um Lobisomem americano em Londres (1981), o video-clip Thriller (Michael Jackson 1983), até o mais recente Homens de Negro 2 e 3 (2002/2012) passando pela série de TV "A bela e o mostro" (1987/90) que mais vale espreitarem o link acima. 

Sabemos que os atores principais, Jeff Bridges e Jessica Lange ainda andam por aí. Os restantes não se sabe tão bem. Mas nesse vislumbre deu para perceber que continuaram todos a progredir nas carreiras. Charles Grodin, que fez o ambicioso Fred, é um actor conhecido do grande público por entrar em várias séries de TV conhecidas. Mas também entrou em filmes populares como Beethoven (1992). O actor que faz o capitão do navio neste filme, John Randolph já faleceu, mas também ele vinha e continuou a ter uma carreira evolutiva em TV e cinema. Era ele, a exemplo, o senhor da livraria tradicional no filme estrelado por Tom Hanks e Meg Ryan "Você tem uma mensagem" (You got mail - 1998). E lembram-se de ter falado no rapaz oriental, cozinheiro em King-Kong que, se teve uma fala nem sequer a percebi? Pois tratava-se lá em 1976 de John Lone, actor que veio a interpretar o papel do Imperador Pu Yi em adulto, no filme "O último Imperador" (1987). Fez também mais alguns filmes, de acção principalmente, como o Hora de Ponta 2 (2001).

Não é tão comum assim ver um vasto elenco que participou num grande filme progredir na carreira conseguindo sempre viver vários momentos altos. Isso só acontece se forem todos muito bem escolhidos. Pelo seu talento como atores.

Dino de Laurentis
Para finalizar esta «homenage» ao filme King Kong de 1976, termino por dizer que descobri neste "passeio" por links para confirmar se de facto o artista de maquilhagem foi realmente o homem que vestiu o fato e não um ator como é habitual (já que a pessoa que o fez não recebeu crédito no filme) e visto que várias fontes o referenciam, descobri numa delas a curiosidade sobre outras actrizes que também prestaram provas para o papel de Dwan. Uma foi Meryl Streep que ao terminar a audição percebeu que o produtor Dino de Laurentis (outro nome bem firmado do panorama artístico) a rejeitou de imediato ao concluir "é feia" na sua língua materna (Italiano). Desconhecendo que Meryl percebeu a crítica que a "chumbou". Ou seja, para o papel não era atraente o suficiente ou não possuía o tipo de beleza que Laurentis procurava e acabou por encontrar em Jessica Lange. Meryl entretanto construiu uma carreira tal que pode sentir-se "vingada" por todos os papéis desejados que lhe viu serem recusados :) Além de que pior seria se o produtor tivesse comentado que não era talentosa.

Outra curiosidade sobre este maravilhoso filme: Bo Dereck foi uma das actrizes que recusaram de imediato o papel. 


 
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